As mudanças tecnológicas na sociedade

Que mudanças aconteceram na sociedade a partir da chegada dos computadores e da internet? Muitos afirmam que foi uma revolução, principalmente dos meios de comunicação.

O escritor e jornalista brasileiro Eugenio Bucci afirma que a internet não tem nada a ver com os meios de comunicação e muito menos é uma revolução. Ele prefere encarar tudo isso como mudanças, mudanças contínuas, que vão modulando a sociedade e não revolucionando-a. Ele também diz que a internet é algo que propícia espaços, e os meios de comunicação são um mero espaço dentro de algo muito maior, que é a rede conectada de computadores.

Mas se a internet é algo muito maior, qual o impacto dela na vida de quem a usa? Eugenio Bucci diz que o uso da internet varia de várias formas, desde o tempo de uso, passando pela qualidade e quantidade do acesso, até a forma de uso. Você pode ter o mesmo tempo de acesso a internet pelo computador do que o seu vizinho, mas se a capacidade dele de entender o que está vendo, fazendo, programando ou elaborando for maior que a sua, a o impacto vai ser muito maior nele, igualmente se ele passasse muito mais tempo usufruindo  dos benefícios da internet do que você,

A internet veio para complementar as mudanças que já estavam ocorrendo na sociedade moderna. É muito diferente ter a sua disponibilidade 4, 5 canais de televisão ou estações de rádio, e depois ter um mundo infinito em suas mãos, que você facilmente pode controla-lo. A internet proporciona isso, um cenário vasto, ilimitado e, principalmente, globalizado.

Hoje é muito fácil você ficar entediado dos programas de televisão e procurar alternativas e soluções na internet. Até as próprias televisões estão transmitindo pela internet, assim como as estações de rádio.

Mas a internet não só mexe nessa esfera, nós já votamos pela internet, movimentamos nossas contas no banco, fazemos compras, nos comunicamos com amigos e familiares e até mantemos relações online. A internet faz parte de uma mudança constante da sociedade, e ela ainda está se adaptando a esse mundo tão complexo.

A inclusão digital

Com o aumento do número  de computadores no mundo, e a facilidade de acesso à internet, uma grande discussão sobre o acesso a rede mundial de computadores foi aberta. Será que a internet já é um direito obrigatório da humanidade?

Assim, podemos entrar na questão da inclusão e exclusão digital. Estudos apontam que o Brasil ainda possui um índice de exclusão digital muito grande. Em um mundo que está se modelando a cada dia para se encaixar nos módulas da informação virtual, esse é um dado preocupante.

Essa discussão leva ao conceito de globalização. Hoje, muitas nações são tidas como ‘globalizadas’, pois se adequam politicamente, culturalmente e economicamente ao mundo, mas isso só é possível através da inclusão digital de sua população.

O escritor Sérgio Amadeu da Silveira defende que a inclusão digital deve se tornar uma política pública, por quatro motivos. O primeiro é de que a exclusão digital leva a miséria e a pobreza, o segundo é que o mercado está cada vez mais voltado a pessoas com conhecimentos eletrônicos, o terceiro é a velocidade da informação na internet, e o quarto é o direito de se comunicar, pois a sociedade está se modulando aos meios de comunicação online, e quem não se encaixar, vai ficar para trás.

Ele ainda lista o que deve ser considerado como inclusão digital, que é o acesso a rede mundial de computadores, seus conteúdos, seus meios de comunicação, as linguagens e instrumentos para usar a rede, as técnicas de produção de conteúdo e a capacidade de construção de sistemas e ferramentas voltadas as comunidades. Mas para isso acontecer, autor ainda lista outras séries se mudanças que devam ocorrer na sociedade, como a implantação de unidades de inclusão, como bibliotecas ou salas de aula conectadas à rede, atividades livres como impressão de documentos ou cursos grátis de capacitação, atividades de monitoria para quem precisa aprender, e recursos de fundo público ou privado.

Nessa última lista, ainda consta a criação de softwares livres, que são os programas que não tem vínculos com empresas e são abertos ao público para modificarem. Assim, seria mais fácil a inclusão digital, pois a população não ficaria refém de uma determinada empresa ou companhia e seus preços, além de os governos não estarem alimentando empresas provadas e sim iniciativas públicas de seu povo.

Conheça o Duolingo

A rede social Duolingo é uma rápida e pratica ferramenta para testar o seus conhecimentos em línguas estrangeiras. Com as opções dos idiomas Inglês e Espanhol, o usuário pode aperfeiçoar e testar seu nível nessas línguas através de perguntas, traduções, áudios etc. O usuário pode fazer um perfil no site e iniciar amizades, a medida que você vai avançando de nível, seus amigos ficam sabendo de seus progressos. Mas o perfil não contem muitas informações pessoais suas, e sim a suas atividades no Duolingo. Você pode também mandar mensagens diretas para os seus amigos, indo no perfil deles. O site oferece também a opção da criação de fóruns, para conversas entre os usuários. A cada nível, são várias perguntas, e em cada pergunta há a opção de comentários, onde você pode comentar sobre aquela pergunta em questão e ver os comentários dos outros usuários.

Meio e mensagem

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Há muito tempo, antes mesmo da grande explosão tecnológica, por volta dos anos 80, McLuhan afirmou que o meio é a mensagem. A afirmação gerou controvérsia, pois todos os estudos da época apontavam as duas coisas como diferentes, e os estudos eram feitos separadamente. A partir dos anos 80, com a explosão dos computadores e da internet, essa frase teve de ser adaptada, pois, com a criação das mídias digitais, elas passaram a ser os meios, que ás vezes se tornam muito mais importantes que a própria mensagem, revolucionando os meios de comunicação.

Antes, os meios de comunicação eram generalizados, pois a demanda era única, como por exemplo televisões com os mesmos canais pra todo mundo, rádios com as mesmas estações para todo mundo, a mesma circulação de jornais etc. mas a internet proporcionaram uma segmentação de mercado. Videolocadoras, Tv’s a cabo, videogames, videoclips, aparelhos para gravação, máquinas de xerox, entre outros, fizeram com que as audiências de massa virassem uma audiência segmentada. As novas mídias não visam mais atingir um todo, mas sim um público específico, um público que tem a chance de escolher a mensagem, e consequentemente o meio, que chegue até ele.

Com isso, a informação passou a ser moeda corrente, todos brigam por informação. Um ponto a favor da informação é a diferença dela para os bens duráveis, pois se eu cedo uma informação à alguém, esse alguém vai ter, e eu também vou ter.

Para o autor americano Heim, a evolução da cultura digital evidencia também alguns problemas no mundo virtual. Para ele, esse mundo cresce no terreno das formações socioeconômicas e políticas do capitalismo globalizado. Há a separação entre o mundo virtual e o mundo real, como se os problemas da vida real, como o conflito étnico, o ressurgimento do nacionalismo, a fragmentação urbana, a miséria e a fome nas periferias do mundo, não entrassem no mundo virtual. Essa visão do autor é um pouco antiga se compararmos o que entendemos de internet hoje, principalmente a partir da web 2.0 e possivelmente 3.0.

O que não podemos negar é que vivemos em uma constante evolução tecnológica, e as máquinas estão cada vez mais inteligentes. Com isso, a tendência é que as máquinas fiquem cada vez mais parecidas com os seres humanos, e não o contrário.

Pirataria virtual

“Eles estão sendo bem-sucedidos em seu plano de recriarem a Internet antes que a Internet os recrie”

Pirataria. Palavra que tem muitos significados. Antes era usada para descrever navegadores clandestinos que roubavam cargas legais de navios legais. Depois passou a ser usada para descrever o ato de copiar e distribuir algo que era de outra pessoa por motivos de criação, ou seja, outra pessoa tinha criado esse ‘algo’. Hoje, a palavra pirataria é basicamente usada para descrever o crime de também copiar e distribuir algo, só que na internet. Nas três fases do uso da palavra pirataria, há algo em comum, que é o crime, o ato de usufruir de algo que não é seu, seja para uso pessoal ou comercial.

Na internet, a pirataria tá atingindo níveis imensos, mas antes de falar da pirataria na internet, temos que falar do antecedeu esse tipo de pirataria. Tudo, basicamente, começou com a invenção do cinema por Edinson, quando o próprio monopolizou o uso de equipamentos de tetros e cinemas e limitou o trabalho de outros, tudo porque foi algo que ele criou e ele se sentiu no direito de cobrar para terceiros usarem de sua invenção.

A partir desse caso, ao longo do século XX, tivemos alguns casos clássicos de pirataria dos “direitos autorais”. Como o da indústria fonográfica, com as controvérsias, inclusive das leis, das cópias de suas músicas e do uso delas, a partir de bandas covers, ou até mesmo de ‘pessoas comuns’, simplesmente reproduzindo-as em suas casas. Há também o caso das rádios, que reproduziam as músicas de autorias dos artistas livremente, e depois passaram a pagar somente aos compositores. E por último, os da TV’s a cabo, que reproduziam canais de televisão sem a permissão desses canais, mas que depois, passaram a receber quantias estipuladas pela lei, e não pelos próprios canais.

Só então chegamos na era da internet, que elevou o conceito de pirataria. Na web, o principal modo de pirataria é o compartilhamento peer to peer (P2P). Ele consiste em usuários compartilharem online seus arquivos, e que permite pessoas do mundo inteiro terem esses arquivos, que podem ser músicas, filmes, documentos etc.

A partir disso, muitas reclamações surgiram de gravadoras, produtoras e outras empresas, sobre queda de vendas e lucros, e elas culpam quase que na totalidade a pirataria por isso. Sobre isso, Lawrence Lessig, autor do livro “Cultura Livre”, listou quatro tipos de compartilhamentos na internet em relação a pirataria. São eles (1) os que usam o compartilhamento porque não tem interesse de comprar os produtos ‘originais’, seja porque não quer, ou porque não pode. (2) os que usam para conhecerem os produtos e depois comprarem as mídias físicas, (3) os que usam para baixarem arquivos que não são mais disponíveis fisicamente, e (4) os que usam para baixarem arquivos disponibilizados gratuitamente pelos próprios arquivos ou empresas.

A anti-democratização da internet

Todos comentam e julgam o avanço da internet, principalmente a partir da chegada da web 2.0, como proveitoso e inovador. Bom, quase todos, claro que nada é unanime e sempre tem alguém contra.

Se dependesse do autor norte-americano Andrew Keen, nós ainda estaríamos vivendo na era das cavernas. Keen, em seu livro “O Culto do Amador”, faz duras criticas a nova internet, ou a internet em geral. Em contradição ao livro “A Cauda Longa” de Chris Anderson, Keen diz que a democratização da internet prejudica quem realmente tem talento, como por exemplo alguns músicos ou gravadoras, que estão falindo pela constante onda de piratização encontrada na internet.

Ele cita como exemplo também as notícias, expondo a enciclopédia livre Wikipedia, espaço onde qualquer usuário que fizer um login no site pode alterar as informações contidas nele. A Wikipedia chegou a ser o terceiro site mais visitado do mundo. Isso acaba prejudicando jornalistas formados que dão duro pra descobrirem informações precisas que acabam sendo esquecidas por causa desses sites de noticias colaborativas em que qualquer um pode inventar uma história crível sobre alguém e ser realmente acreditado.

Andrew Keen não consegue aceitar que os gostos e as preferências dele não são generalizadas, e sim pessoais. As reclamações sobre músicas e bandas amadoras, sites de notícias colaborativas, blogs pessoais, vídeos pessoais ou amadores são constantes. O autor é totalmente contra a democratização da internet, que permite uma maior interação das pessoas com o mundo, o que facilita até mesmo a auto promoção, também criticada por Keen.

Vale destacar também o racismo do autor, comparando tudo que não é de agrado dele a “macacos”.

Nicholas Carr e as mídias elétricas

Senti falta do meu antigo cérebro

A chegada da internet e das novas formas de mídia não foram só para acrescentarem a história, mas sim, para fazer uma nova história. Nicholas Carr, em seu livro “The Shallows”, comparou a chegada das novas mídias, com a chegada da imprensa de Gutemberg. Para ele, as pessoas tinham hábitos e formas de vida definidas, até que Gutemberg apresentou a imprensa a elas, e gradativamente, elas foram adaptando seus costumes e rotinas há aquela invenção, para posteriormente, tudo girar em torno dela.

Com as novas mídias não foi diferente, e por novas mídias entende-se DVD’s, Telefones, Computadores, Televisões, Rádios etc. Carr chamou de “mídias elétricas do século XX”. Após Gutemberg, as pessoas tinham hábitos de sentarem e passarem horas e horas mergulhadas em profundas linhas de texto, estudando-os ou somente deliciando-os, costumavam também visitar bibliotecas ou lerem jornais tomando café da manhã.

Nicholas Carr afirma que um dos principais defeitos de quem se apossou da internet e das “mídias elétricas do século XX” é a falta de concentração. Como na rede conectada, o conteúdo jorra, você passa a não conseguir se concentrar em uma coisa fixa por muito tempo, sempre querendo ir para outro site, ler outras coisas, fazer outras coisas, jogar outros jogos, enfim, obter novos conhecimentos. Em conversa com outros escritores e intelectuais de seu tempo, Carr constatou e provou o problema, não era só com ele, isso que estava acontecendo era um processo inevitável ocasionado pelo mundo que é a internet.

Mas o autor apontou muito mais benefícios do que problemas, na vida dele, o computador e a internet foram um divisor de águas, para melhor. Tudo começou a se tornar mais prático e rápido. Aos poucos, ele foi deixando os seus velhos costumes e adaptando-os aos novos.

Com o passar do tempo, Carr foi se sentindo cada vez mais dependente daquelas máquinas, como se não conseguisse passar muito tempo sem elas, um sistema de dominação das máquinas sobre ele. Esses são os novos costumes da humanidade, que a cada dia que passa está mais conectada e dependente da internet.

Jornalismo colaborativo na internet

O advento da internet modificou o cenário do jornalismo. Os novos espaços criados para a produção e veiculação de conteúdo, junto com a universalização da informação, foram fatores cruciais para a comunicação passar por um processo de renovação. Novas tendências costumam trazer consigo um sentimento de desconfiança, de resistência, mas que deve ser superado para que a profissão não se torne obsoleta.

   O crescimento da internet modifica não só o jornalismo como profissão, mas a forma de pratica-lo. A ideia de que os veículos de comunicação detém o monopólio da informação não é mias sustentada. A internet está contribuindo com a maior acessibilidade das pessoas as informações, com isso torna-as capazes de participarem do processo de criação.

   Além dos grandes sites de informações, sites de jornais de circulação diários, de revistas ou portais de emissoras, estão surgindo cada vez mais blogs, redes sociais, sites independentes e/ou colaborativos que estão tomando parte da atenção que antes era monopolizada.

   Essa nova forma de comunicar está alterando a forma de fazer jornalismo, tornando-o colaborativo. Tomando como exemplo os grandes portais de comunicação, neles, existem os seus conteúdos rotineiros, mas os próprios portais hospedam blogs independentes de pessoas que estão contribuindo com a informações, muitas vezes complementares. No caso de emissoras que possuem diversas plataformas, como rádio, televisão e afins, várias das pautas que se tornam realidade são sugeridas pela audiência. Um meio muito eficaz que está tornando essas sugestões possíveis é o aplicativo para smatphones whatsapp, nele, o usuário faz a sua denúncia, que é analisada por responsáveis de dentro do veiculo, e decidida se vai ou não virar uma pauta, colaborando com veículo.

   Em alguns casos, os blogs hospedados nos portais tem mais visibilidade do que os outros segmentos dentro dos próprios portais, fazendo com que a colaboração de outra pessoa contribua com o aumento da visibilidade do portal. Existem também blogs independentes, de várias formas e diferentes intenções dos autores, mas que acabam colaborando também com jornalismo de forma alternativa.

   Além dos blogs independentes, existem também os sites independentes. Muitos desses sites são feitos exclusivamente de colaborações. O maior exemplo é a Wikipedia, site mundialmente conhecido e primeira opção para informações da grande maioria dos internautas, é, em sua quase totalidade, de colaboração. Esse tipo de colaboração é totalmente voluntária e sem fins lucrativos. Esse tipo de colaboração também tem os seus problemas, como é um site em que todos podem contribuir, as informações podem não ser confiáveis. Diferente de outros tipo de sites colaborativos, como o Esporte Nordeste, que tem toda uma equipe por trás moderando os colaboradores e as suas postagens. Os colaboradores do EN são escolhidos pelos moderadores e tem uma espécie de vinculo com site, o que torna a colaboração aberta apenas para as pessoas selecionadas.

   O jornalismo colaborativo na intenet também leva a grandes questionamentos quanto ao futuro do jornalismo. Já é de conhecimento geral que os jornais impressos estão em crise e que o jornalismo na web está em ascensão, mas o que também está em ascensão é o fluxo de informações colaborativas. Hoje, quando acontece algo de muita importância, ou eventos catastróficos, ou algo fora do comum, as primeiras pessoas que noticiam o fato não são os jornais, mas sim as pessoas que estiverem mais perto do local e tenham a sua disposição a internet. As informações fluem através das redes sociais, como Twitter ou Facebook.

   Será que o jornalismo como se conhece hoje está realmente chegando ao fim? A tendência crescente das colaborações por meio da internet põe em risco até a profissão do jornalista. Não é só a cultura dos jornalistas que está mudando, mas a cultura dos leitores também, influenciados também pela internet, que fornece, além de muitas outras vantagens e desvantagens, a opção da leitura da informação rápida e direcionada. Não sabemos como vai estar essa situação daqui há alguns anos, o que podemos afirmar é que, hoje, o jornalismo está passando por mudanças que, no futuro, vai refletir sobre todos os seus aspectos.

A cultura da convergência

                                               

 

É certo que os meios de comunicação estão passando por um período de mudança, mas não são só eles, tudo que se conhece por mídia está passando pro processos de mudanças, como assistir uma novela, participar de um reality show ou interagir em uma rede social, é a chamada cultura da convergência.

   Henry Jenkins, o pai dos estudos sobre cultura da convergência, em seu livro Convergence Culture (2006), tenta passar um pouco do conhecimento que ele tem sobre essa novo modelo. Para ele, essa cultura é um movimento social.

   Para entender melhor esse movimento, Jenkins cita alguns exemplos no livro, como o do reality show americano Survivor, que em uma das temporadas, alguém acompanhou as gravações e soltava spoilers ao público com o decorrer da exibição dos episódios, fazendo convergência entre internet e televisão. O autor também fala sobre outro reality show, o American Idol, que em determinados momentos do programa o público toma decisões através de telefones, fazendo a convergência entre a televisão e as linhas telefônicas. Mas o caso citado mais interessante é o da franquia cinematográfica Matrix, que se encaixa em outro conceito do movimento, que é o de ‘Transmedia Storytelling’. Esse conceito consiste em contar uma história através de diferentes plataformas, em que cada uma complementa a outra com informações auxiliares, ou seja, não é necessário o total entendimento do que está se passando em uma plataforma, para compreender o que está acontecendo em outra. Matrix é uma trilogia de filmes, mas com o seu sucesso, expandiu-se para desenhos animados na televisão, jogos de vídeo game, textos na internet etc.

   Mas não é só nesses meios que podemos encaixar a cultura da convergência, existem vários outros, como DVD’s, celulares, revistas ou até mesmo uma camisa que você usa com o nome de um programa ou algo do tipo seu, favorito. A maior intenção é firmar um contrato de fidelidade com o consumidor, que seja tão forte que ele possa consumir em diferentes mídias e plataformas, a diferentes custos.

   As vezes o contrato firmado com o consumidor é tão forte, que ele pode chegar a ditar um ritmo. Como por exemplo em uma novela, onde a sua trama é encaminhada de acordo com os direcionamentos do público. Ou uma música em que o artista deixa em aberto um verso para seus fãs escreverem e ele gravar.

   É difícil prever como estará o movimento daqui a alguns anos, mas o que se pode afirmar é que essas misturas de plataformas tendem a acontecer cada vez mais, o que também cada vez mais vai causar um impacto de mudança econômica e social muito forte na vida da sociedade transmidiatica.

Economia de colaboração

Uma nova era está chegando. Uma era de  mudanças tão significativas que vão alterar alguns pensamentos da humanidade. Todos nós conhecemos os sistemas das grandes empresas, são fechadas e hierarquizadas, mas isso está começando a mudar.

Seguindo o exemplo de outros meios, grandes industrias estão começando a se abrirem para o mercado, como acontece por exemplo com os sites ‘wikis’ na internet, onde colaboradores que preenchem o site com suas próprias informações com o objetivo de um bem comum, um bem maior, a informação, todos fazem isso voluntariamente.

Com isso, as indústrias, fábricas, empresas, começaram a perceber que, talvez, a solução de seus problemas nem sempre estariam nas informações e conhecimentos de seus funcionários, mas sim com alguém ao redor do mundo. O pioneiro nesse novo modo de fazer economia foi Linus Towards, que criou o sistema operacional para computadores Linux, ele o criou e abriu o seu código para que qualquer um pudesse entrar e modificar, consequentemente, melhorar. E foi o que aconteceu, o Linux passou por uma série de aperfeiçoamentos e hoje é um dos sistemas operacionais de computadores mais usados no mundo.

A partir de Towards, muitas empresas viram que essa ação poderia ser algo benéfico, e começaram a abrir o seus projetos para o mundo todo, projetos que antes eram confidenciais e super secretos. As empresas também criaram um sistema de bônus para quem contribuísse com o projeto em questão, um sistema de benefício mutuo que estimula as pessoas comuns no mundo e a empresa responsável, pois verá seu projeto, que estava estagnado, fluir com a ajuda de pessoas que não estão nem em suas folhas de pagamento.

Esse é o sistema de economia de colaboração, que Anthony D. Williams e Dom Tapsott chamam de “wikinomics”. Para os autores, nem tudo é perfeito com esse sistema. Existem possibilidades de fraudes, de enganos, de crackers invadirem os sistemas, de plágios, patentes etc. Mas também para os autores, essas fatores são consequências para um bem maior, para eles, essa nova forma de agir e pensar das companhias ajudarão a desenvolver projetos grandiosos que mudarão para melhor o rumo da humanidade.